MAKTUB

Imagine uma lagarta. Passa grande parte de sua vida no chão, olhando os pássaros, indignada com seu destino e sua forma. “Sou a mais desprezível das criaturas!” pensa. “Feia, repulsiva, condenada a rastejar pela terra.”
Um dia, entretanto, a Natureza pede que faça um casulo. Pensa que está construindo seu túmulo, e prepara-se para morrer. Embora indignada com a vida que levou até então, reclama novamente com Deus.
“Quando finalmente me acostumei, o Senhor me tira o pouco que eu tenho!”
Desesperada, tranca-se no casulo e aguarda o fim.
Alguns dias depois, vê-se transformada numa linda borboleta. Pode passear pelos céus, e ser admirada pelos homens. Surpreende-se com o sentido da vida e com os desígnios de Deus.
(Quarto texto de MAKTUB, Paulo Coelho)

Surpreendemo-nos com as dádivas divinas.
Duvidamos da quão poderosa é a Mãe natureza.
Nunca estamos satisfeitos com o que somos ou temos.
É difícil aceitar que nada na vida é exatamente como desejamos. Na verdade, nunca é.
A insatisfação humana é a forma mais simples de fugirmos de problemas cotidianos.
Por medo e/ou por preguiça de resolver ou enfrenta-los culpamos os outros... Pelo simples conforto de que a partir disso torna-se desnecessário (propositalmente) resolve-los. Responsabilizar a alguém pelos nossos atos é fácil.
Mas, de fato a insatisfação é necessária.
Ela move o mundo!
A partir do momento em que todos se conformarem com o que são e tem, não irão mais lutar pelo seu melhor, fazendo com que o mundo pare!
Bem, tudo isso é contraditório.
Não sofra por algo que não está a seu alcance...
Ou aceite-se como é... Ou ainda, faça melhor: LUTE!
E caso consiga... Ensine-me!

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