O cientista Roger Penrose caminhava com alguns amigos, conversando animadamente. Fizeram silêncio apenas por um momento, para atravessar a rua.
- Lembro que, enquanto atravessava, um pensamento incrível me ocorreu – Diz Penrose. – Entretanto, assim que chegamos à outra calçada, retornamos o assunto, e não consegui recordar o que havia pensado segundos antes.
No final da tarde, Penrose começou a sentir-se eufórico – sem entender por quê.
- Tinha a sensação de que algo importante me havia sido revelado – diz.
Resolveu recapitular cada minuto do dia, e – ao lembra-se do momento que atravessava a rua – a idéia voltou.
Desta vez ele conseguiu escreve-la.
Era a teoria dos buracos negros, uma verdadeira revolução na física moderna. E tornou a surgir por que Penrose foi capaz de lembrar-se do silêncio que fazemos sempre que atravessamos uma rua.
(Vigésimo nono texto do livro MAKTUB, Paulo Coelho)
Lembranças, descobertas, revelações...
De fato, sempre nos vem em momentos silenciosos...
O silencio diz mais – muito mais – que palavras!
Em todos os sentidos.
Não existem palavras para certos acontecimentos...
Algumas coisas quando ditas, ficam exageradas;
Outras ficam mentirosas...
Cuidado com as palavras; elas podem te levar a perdição!
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